quinta-feira, 13 de maio de 2010

Tijolo é produzido a partir de lodo

Buscando amenizar o acúmulo de resíduos industriais, a fabricante de autopeças GKN do Brasil decidiu investir na fabricação de um tijolo mais sustentável denominado Bioblock, através de uma parceria firmada com a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e a Olaria Brasil, de Porto Alegre.


O material é produzido a partir da reciclagem dos resíduos provenientes da Estação de Tratamento de Efluentes de Fosfato, da unidade da GKN, em Charqueadas. Coordenada, em conjunto com profissionais da empresa, pela professora Dra. Feliciane Andrade Brehm, do Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil da Unisinos, cuja linha de pesquisa é Gerenciamento de Resíduos, o projeto foi colocado em prática em 2008, a partir da identificação dessa necessidade de aproveitamento do material descartado, já que antes os resíduos eram estocados no aterro locado em Charqueadas. Com o mesmo nível de propriedades mecânicas e durabilidade de um tijolo comum, o Bioblock utiliza menos argila, o que diminui o impacto ambiental que a extração desse recurso não renovável causa. O projeto, cujo desenvolvimento levou três anos, segundo a professora, se diferencia de outros relacionados à reciclagem de resíduos, pois levou em conta aspectos ambientais, técnicos e econômicos, agregando valor ao produto gerado e garantindo que sua reciclagem obedeça a princípios de desenvolvimento sustentável. O processo englobou a fase de testes de laboratório, um estudo para viabilidade do aproveitamento em escala industrial e a submissão à aprovação dos órgãos ambientais. A Eng. Feliciane explica que esse projeto é continuo, para que assim seja possível atender a exigência da Smam, que solicitou o monitoramento das características mecânicas e ambientais do Bioblock.

O projeto do tijolo ecológico foi reconhecido internacionalmente e premiado durante o evento da terceira edição do GKN Group Excellence Awards 2008, na categoria Desenvolvimento Sustentável Meio Ambiente, e também recebeu da matriz internacional da companhia o prêmio GKN Awards for Inovation. Atualmente, existem estocadas no aterro da empresa 500 toneladas de lodo do processo de fosfatização. Com uma coleta mensal de 16 toneladas, em cerca de três anos, todo o resíduo será consumido. Com o projeto, hoje a GKN consegue reciclar 99% de seus resíduos e o Bioblock já está pronto para ser utilizado na construção civil. Mais informações podem ser obtidas com a professora, através do e-mail felicianeb@unisinos.br.

Fonte: Conselho em revista (revista mensal do CREARS), abril 2010 ano VI Nº68.

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